segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Aos Jovens

São Paulo, dia 10 de agosto de 2010

Padre Dehon e as Juventudes
“As obras em que a juventude não participa
estão fadadas à esterilidade” (Padre Dehon).

Introdução
Caros confrades, o que lhes escrevo, por ocasião do aniversário da morte de Padre Dehon, ou de seu nascimento para a glória, não é nenhuma especialização, apenas partilha de inquietação. Juventude ou Juventudes é, quase sempre, tema altamente significativo nos âmbitos eclesial e social. “Nem sempre podemos construir o futuro para nossa juventude, mas podemos construir nossa juventude para o futuro”, dizia Franklin Roosevelt.
Para começar, os estudos relativos às Juventudes alertam para duas premissas. Primeiramente, não se pode generalizar nem uniformizar a realidade juvenil. Há muitos aspectos para qualificar e classificar o mundo dos jovens. Logo, trata-se de juventudes plurais, tão plurais quanto as culturas e as realidades onde os jovens vivem. Em segundo lugar, existe uma grita geral contra a tendência de reduzir a juventude à fase passageira ou etapa relativa à idade adulta, como se esta fosse propriamente vida, ao passo que aquela seria apenas dela preparação. A ênfase, portanto, vai não ao que serão os jovens, mas para o que eles são. A preocupação primeira é, pois, sobre o sentido que as juventudes têm, agora, nas sociedades atuais e como a Igreja (e com ela a Congregação) se lhes torna interlocutora crível em favor da vida.
As juventudes na vida de Padre Dehon e de nossa Província
Por que o assunto vem à baila no dia de Padre Dehon? Por dois motivos, ao menos: porque é inadiável o compromisso eficaz e concreto com os jovens; e, porque, enquanto Congregação, bebemos inspiração no Fundador, homem qualificado no trato com as juventudes.
Qual importância Padre Dehon atribuiu às Juventudes? Por ora, o mais importante não é saber o tanto que sobre elas falou, mas o quanto com elas se ocupou. Recordemos algumas de suas múltiplas iniciativas juvenis: o Patronato São José, o Círculo Operário de São Quintino, a Conferência Vicentina, a Congregação Mariana... Destaque singular vai ao Colégio São João e, naturalmente, à própria Congregação. Tem razão nosso Fundador ao declarar que “Deus brindou a juventude com os elementos que servem para as grandes empresas: entusiasmo, força e generosidade”. Tais qualidades ele as teve e soube individuá-las na juventude ou nela incuti-las.
A sensibilidade com a juventude marca, também, O Programa da Administração Geral 2009 – 2015 que, nas “Atividades por setores”, reserva o ponto C.5 à pastoral juvenil. Logo a seguir ocupa-se com a pastoral vocacional (C.6). Em decorrência disso, os conselheiros gerais responsáveis por esses setores (em carta de 21/06/10) solicitam informações relativas às atividades e êxitos das entidades congregacionais nas referidas áreas de evangelização. A propósito, oportunas palavras de incentivo vêm-nos de DAp 315 e do Seminário Missio Cordis (Mensagem Final, 16), realizado em Brusque, em abril do ano em curso.
Perguntamo-nos, também, sobre as atividades de nossa Província com as juventudes. Qual nossa presença no meio juvenil? Assinalo três espaços privilegiados de compromisso: nossas casas de formação, repletas de jovens, a dinâmica e promissora Missão Dehoniana Juvenil e nossas paróquias.
Interpelações e estratégias
Inquieta-me a generalizada dificuldade para encontrar formas de trabalhar com as juventudes que frequentam nossas comunidades paroquiais. Há outro desafio não menor: como evangelizar as juventudes que estão distantes e alheias à presença da Igreja? Se o futuro da Igreja passa pelas juventudes é também verdade que o futuro da verdadeira juventude cristã não pode prescindir da Igreja. Como, porém, evangelizar o desconhecido mundo jovem ausente da Igreja se nem mesmo conseguimos nos sintonizar e envolver adequadamente os jovens presentes na Igreja?
Na última assembleia da CRB nacional, em Brasília (julho/2010), apresentou-se a missão de religioso(a)s em novas formas de aproximação com as juventudes. A cobrança foi no sentido da gratuidade. Em geral vamos ao encontro dos jovens em vista do “arrebanhamento” de vocações. A postura mais urgente, benéfica e coerente será a de ir pelo que somos (religiosos, católicos, cristãos, humanos) e pelo que nos move (o amor recebido a ser condividido), gratuitamente, sem depender do retorno, tal como fez Jesus, o Homem de Deus inteiramente dedicado aos outros.
O que fazer? Como proceder? Talvez a solução mais viável e possível é a de celebrar parcerias com outras Congregações e escolas, com as políticas públicas para as juventudes, com instituições e ONGs devotadas ao atendimento juvenil, no uso da comunicação midiática do mundo jovem. Recomendo a (re)leitura de dois bons subsídios relativos ao tema que nos ocupa e preocupa: - CNBB, Evangelização da Juventude (Doc. 85); - CRB, Juventudes, o exercício da escuta no processo de aproximação. No Site do “Setor Juventude” da CNBB há, em power point, duas apresentações do referido Documento 85 da CNBB.
Meus votos e preces são para que nos inspiremos na ousadia, lucidez e profecia de Padre Dehon em favor das juventudes possibilitando-lhes serem sujeitos, conosco, da missão. Sejam todos pelo Senhor das Vocações acolhidos e pela Mãe das Juventudes protegidos!

Pe. Mariano,scj.

sábado, 8 de maio de 2010

Olá Amigos,

É com muita alegria que escrevo este 1º artigo do Boletim 2010 da MDJ ,Márcio e eu trataremos mensalmente sobre temas relacionados a realidade social com a intenção de que a exemplo de Pe Dehon tenhamos o – olhou para a realidade de sua época na sua Ação Pastoral,daí a importância de entedermos o nossos tempos....A principal marca dos novos tempos é a Globalização, e é sobre esta que vamos falar neste texto, sei que parece um tema “batido” mas a compreensão deste é essencial para entendermos as p transformações que vem ocorrendo no mundo que nos são apresentadas de forma confusa e fragmentada.
Então vamos lá!

O que é Globalização?

A Primeira Globalização ocorreu nos séculos XV e XVI com as grandes Navegações (Colonialiamo). A Segunda Globalização (da qual vamos falar neste texto) efetivou-se no século 20 com o fim do socialismo no Leste Europeu e com o Neoliberalismo o qual propõe a supremacia do mercado e mínima interferência do Estado na regulação econômica e nas políticas sociais.
A Globalização é um novo ciclo do desenvolvimento do capitalismo em que a internacionalização da economia atinge o seu estágio supremo. A produção e informação globalizadas (possibilitadas pelo progresso técnico por via do desenvolvimento científico e tecnológico) são os principais símbolos deste período. Ambas permitem lucro em escala mundial para as transnacionais que tem suas sedes nos paises desenvolvidos, a produção de seus produtos é fragmentada sendo realizadas por suas filiais espalhadas pelos paises que oferecem mão-de-obra mais barata, menos tributos e incentivos fiscais por parte dos Governos.
Com a Globalização ocorre a interligação econômica,política,social e cultural das regiões do mundo,este processo ocorre em diferentes escalas e possuiu conseqüências distinas entre os países,as nações ricas são as que tem mais benefícios.

No livro “Por uma outra Globalização” o geográfo Milton Santos trabalha 3 conceitos muito interessantes,os quais permitem uma análise mais profunda deste fenomeno.Milton diz que estamos imersos em 3 mundos

-Um mundo fabricado e imposto – A Globalização como fábula

Esta remete a idéia de que vivemos em um planeta sem fronteiras, em
Uma aldeia Global na qual através do progresso tecnológico progresso
O mundo se reduz a uma aldeia na qual todos
tecnológico estava reduzindo todo o planeta à mesma situação que ocorre em uma aldeia na qual as distancias são reduzidas todos se conhecem e participam na vida e nas decisões.

-Mundo real – Globalização com perversidade

Esta análise questiona se todos tem acesso á informação,ao conhecimento e as novas tecnologias.
O progresso técnico, e as conquistas científicas não são adequadamente usados, pois não são democratizados a todos, sendo aproveitados por um “pequeno número de atores globais”( os grandes bancos e empresas transnacionais, alguns Estados e grandes organizações internacionais em benefício próprio) .
Pode-se dizer desta forma que a Globalização está produzindo mais desigualdades, tornando-se cada vez mais perversa. Vemos a massa de famintos, desempregados e sem acesso às condições dignas de sobrevivência, que por não compor o mercado consumidor mundial são descartados.
Distribuição de mais pobreza para os pobres e concentração de mais riquezas para os ricos.
Tirania do dinheiro e da informação – o que é transmitido a maioria da pessoas é uma informação manipulada que ao invés de esclarecer, confunde.

-Um mundo possível – Uma outra globalização

O home deixou de ser o centro do munndo este centro agora é o dinheiro .
Temos as condições técnicas adequadas para produzir um mundo para a dignidade humana.
Uso do conhecimento e da informação
Pensar em um mundo novo através de nós próprios, dos atores de baixo.

Pascoa, hoje, pode contecer todos os dias!

Queridos jovens da MDJ, a PAZ do RESSUSCITADO esteja com vocês. É com alegria, que na celebração da Páscoa do Senhor nos dirigimos a cada qual para desejar que a luz e a força do Senhor que rompe a morte e restaura a vida encontre lugar definitivo em suas vidas. 2010 é o ano da celebração dos 20 anos da MISSÃO DEHONIANA JUVENIL. Vamos celebrar com alegria e júbilo. Este á o ano de preparação para a nova edição da missão em Lavras. Agradecemos ao Pe. Elígio pela acolhido do projeto na Paróquia Sant’Ana. Acolhemos com alegria os membros da nova coordenação: Pe. Willians, Diác. Sílvio, Fr. João Paulo, Fr. Cleuber, Fr. Bruno, Cláudia Rosalina Adão, Viviane, Sara, Danton e Márcio. Desejamos as boas vindas e pedimos as luzes do Espírito para todos. A propósito, nosso estudo para o mês de Abril é a respeito do Espírito Santo. O Senhor ressuscitado concedeu-nos seu Espírito. Vamos colher e acolher seus dons e frutos em nossa vida. Estamos fechando a temática da próxima edição. A surpresa virá em breve. A todos os jovens e às suas paróquias desejamos todo bem e graça de um ano feliz. Nossa gratidão ao Pe. Augusto César Pereira que com carinho e atenção preparou todo o estudo deste mês.
A Coordenação Geral



Como fazer acontecer a Páscoa hoje?

Boa pergunta. Inclusive, porque parecia que Jesus tinha pressa. Ele garantiu ao criminoso crucificado com ele que o paraíso lhe seria dado “hoje” (cf. Lc 23,39-43). E a comunicação do Espírito que é a maior conquista da Páscoa de Jesus? Foi feita no mesmo dia da ressurreição (cf. Jo 20,19-23).
Hoje em dia, será Páscoa se nós fizermos acontecer a “pêssach”, ou seja, a passagem a travessia. A Páscoa dos judeus foi a travessia do Mar Vermelho, quando os judeus se tornaram libertos da escravidão no Egito e começara, a se formar povo de Deus.
A Páscoa de Jesus é também a nossa passagem do pecado e da morte para a vida nova da graça do amor de Deus.
E ainda, muito concretamente a Páscoa acontece sempre que nossa atividade de Amor transformar a verdadeira “situação de morte” dos irmãos que sofrem os efeitos da injustiça, para a situação de vida pelo respeito á sua dignidade.
A Páscoa, hoje, pode acontecer todos os dias!



OS MUITOS DONS DO ESPÍRITO SANTO


Origem dos dons

O texto original da Bíblia, em grego, enumera seis dons. O dom da piedade foi incluído pelo responsável da tradução do grego para o latim.
O que importa é considerar a quem foram dados os dons do Espírito Santo. Foram prometidos ao descendente de Jessé. Este Jessé é o pai do famoso rei Davi. O rei tinha os dons do Espírito de Deus para que fosse um rei justo e aplicasse a justiça em favor dos pobres (cf. Is 11, 1-9).


Os 7 dons um por um

Cada um dos dons, separado do conjunto, não é o Espírito Santo. Cada dom manifesta à sua maneira um aspecto do Espírito Santo. São Paulo afirma que existe “um só e mesmo Espírito” (cf. 1Cor 12,1-11).
Portanto, os sete são um só dom do Pai e do Filho como fruto da ressurreição de Jesus Cristo. O dom é o Espírito dado de graça. O merecimento é de Cristo.
O Espírito Santo é o Amor com que o Pai ama o Filho e o Filho retribui ao Pai. O Amor não se divide em sete parcelas. O Amor se manifesta de sete maneiras.
Os dons do Espírito Santo são distribuídos a diferentes pessoas para usá-los em beneficio da construção da comunidade (cf. 1Pd 4,7-11). A Bíblia mostra que, sempre, o Espírito do Amor é dom dado na comunidade e destinado para a comunidade!
O que apresento a seguir ajuda a entender o significado de cada um dos dons.
1) Sabedoria

Este dom tem dois aspectos: sabor e saber.
♥ A sabedoria é o sabor da vida que a gente do povo mais simples tem e cultiva. São as máximas e ensinamentos na arte do bem viver e nas diversas maneiras de encarar dificuldades como as doenças e os acontecimentos inesperados e os inevitáveis.
É a capacidade de descobrir e valorizar o que há de bom nas pessoas e se aproveitar disso, sem preconceito pela origem.
Dá sentido para a vida: direção e significado para a vida. Sabedoria é saborear, é gostar da vida, estar de bem com a vida. É como o sal que tempera; como o açúcar que adoça. Dá sabor à vida: não se afasta da realidade imunda; penetra para transformá-la, não apenas para purificá-la.
O bom senso é fruto da sabedoria. É a experiência acumulada da pessoa e do povo, como os Livros Sapienciais da Bíblia e a sabedoria dos idosos. Descobre os caminhos de Deus no Evangelho para a felicidade.
Mantém a identidade do povo, pela vivência dos costumes e tradições próprias contra o ataque de culturas dominantes que querem impor-se às outras.
A sabedoria gera a vida e mantém a vida.
♥ A sabedoria do saber se adquire pelo estudo, pela pesquisa das ciências da natureza ecológica, da natureza humana e de natureza teológica – as ciências exatas, as ciências humanas e as ciências teológicas.
São três grandes livros à disposição do estudioso: o livro da natureza ecológica, o livro da natureza humana e o livro da natureza de Deus. A palavra “NATUREZA” revela o essencial daquilo que procuramos descobrir, pesquisamos e lemos.
A pessoa estudiosa em qualquer nível de estudo tem tudo para chegar a Deus. O cientista Luiz Pasteur dizia que “a pouca ciência afasta de Deus, a muita ciência aproxima de Deus”.
Por isso, pelos seus estudos – pela profissão - o jovem dehoniano progride no conhecimento de Deus, do humano e da ecologia.
● O dom da sabedoria manifesta o Amor promovendo os valores que dão sentido à vida na sua mais vasta expressão.

2) Discernimento (inteligência, entendimento)

É o exercício de pensar, refletir, ponderar e pesar causas e efeitos para aprender – do latim “díscere”.
É a capacidade de assimilar conhecimentos para torná-los um estilo de vida.
Discernir é distinguir entre o Espírito de Deus e o espírito do mundo. Distingue entre o que corresponde ao projeto de Deus e o que é contrário a ele.
O que servir para unir as pessoas é do Espírito Santo; o que desunir é do mal.
Consegue perceber os sinais dos tempos pelos quais Deus se manifesta, e tem capacidade de interpretar esses sinais na sua fé. Une a fé e a razão para entender os sinais da presença de Deus na história humana.
O discernimento também é comunitário. Iluminada pela Palavra de Deus, a comunidade distingue claramente os apelos de Deus. Os apelos de Deus provocam ações que transformarão as necessidades dos pobres.
Dá razões para viver. Equilíbrio. Senso crítico para evitar alienação. O discernimento pessoal e o comunitário desenvolvem a mentalidade formada com a referência para Deus e os irmãos.
Tem sensibilidade para o apelo que brota da triste vida dos pobres.
● O dom da inteligência manifesta o Amor pela capacidade de discernir sempre o que é o Espírito de Deus.

3) Conselho

Tem abertura para o outro: sabe ouvir e tem disponibilidade de tempo para se dedicar a ouvir o outro; respeita/acolhe o diferente e encontra valores nele.
Sabe fazer perguntas que ajudem o outro a se conhecer e poder melhor se abrir ao diálogo fraterno. Capacidade de compreender o outro: entende as razões de o outro ter feito ou deixado de fazer alguma coisa.
Abre pistas, acena para novas metas a perseguir e alcançar. Sensibilidade e acolhida que amam a realidade sem alienação.
Ecumenismo: não resiste ao Espírito. Acaba com o preconceito de religião, de raça e de classe social.
Serviço gratuito, solidariedade, voluntariado.
Incentiva a sensibilidade em oposição à indiferença.
● O dom do conselho manifesta o Amor pela acolhida ao outro, e se dispondo ao serviço voluntário, gratuito e solidário à comunidade, especialmente aos mais pobres.

4) Fortaleza

Coerência de princípios entre a fé e a prática.
Transparência, lealdade.
Firmeza de princípios. Fidelidade aos compromissos. As pessoas se comprometem com as mesmas causas que Jesus defendeu e em testemunho delas, foi martirizado.
Certeza da presença de Deus pela experiência feita em Deus. Confiança inabalável que não permite que se duvide ou desanime da adesão ao projeto de Deus pela fé.
É profeta: denuncia o que estiver contra o projeto de Deus; anuncia com convicção o que acredita; mantém e infunde esperança.
Fidelidade ao projeto: firmeza, segurança, coragem sem jamais perder a ternura.
Confirma os fracos e vacilantes ou desanimados. Resistência contra as tentações que querem desviar do projeto; contra o comodismo e o medo.
● O dom da fortaleza manifesta o Amor na fidelidade ao projeto amoroso do Pai.

5) Conhecimento

Clareza de que o Pai tem um projeto para a humanidade. Está sempre aberto para o novo de Deus, para alargar o conhecimento desse projeto.
É capaz de deixar-se questionar sobre suas convicções: não se fecha em si próprio; não se recusa a ouvir questionamentos que possam levar a mudança de certezas ou atitudes.
Faz do conhecimento a fonte e o motivo da adesão ao projeto.
Criatividade para responder, com o projeto, aos diversos desafios e necessidades das pessoas e das comunidades.
Constroi a comunhão que é o objetivo do projeto. É saber coisas a respeito do Pai; mais porém, é ter intimidade com ele. É ver o Pai, as pessoas, a natureza e a vida em suas razões de ser mais íntimas, por dentro.
Encara todas as coisas criadas na sua relação com Deus: “Sei que em Deus, posso depositar minha confiança” (Ef 3,12).
● O dom do conhecimento manifesta o Amor na descoberta do projeto comunitário do Pai e desperta o compromisso com esse projeto.

6) Temor a Deus

É o respeito a Deus.
Coloca Deus como a referência maior. É fonte de convicções. Dá as razões das atitudes, das decisões, do ser e do viver. Recusa-se a fazer do dinheiro, do prazer e do poder os critérios da felicidade.
A justiça de Deus não condenação; Deus provoca os injustos para a conversão.
Em vez de não ao pecado, valoriza o sim ao Amor!
Reverencia o Pai; cultiva profunda veneração por ele. Impede de desonrar a reputação e o bom nome do Pai perante outras pessoas.
A experiência do Amor do Pai motiva a amá-lo; a amar como ele ama; a amar os que ele ama; sem ousar excluir do Amor os que o Pai inclui no Amor dele.
● O dom do temor de Deus manifesta o Amor colocando Deus como o maior valor de referência da vida humana e do relacionamento entre os humanos.

7) Piedade

Ter gosto pelas coisas de Deus.
Encontra Deus e os irmãos na oração, meditação e reflexão. Faz da oração a fonte inspiradora de atitudes diante dos irmãos; dos acontecimentos da vida e da ecologia pródiga.
Mantém o entusiasmo, isto é, tem Deus no coração. Mantém tranquilidade diante de qualquer situação, pela paz interior haurida no contato com Deus.
Cultiva autenticidade no relacionamento com o Pai e os irmãos.
Leva ao encantamento pela contemplação das surpreendentes manifestações de Amor do Pai.
● O dom da piedade manifesta o Amor proporcionando a experiência da presença de Deus nas pessoas, nos acontecimentos e na natureza.

Para novas necessidades, novos dons

O Espírito não é estático, isto é, não pára de agir. De maneira que, para as necessidades de hoje, ele apresenta novos dons. Sugiro uma lista deles que você poderá ampliar conforme a sua necessidade e da sua comunidade.

8) Discípulo e missionário - é o dom de conhecer Jesus Cristo e apaixonar-se por ele; e se fazer missionário para levar esta experiência a outras pessoas.

9) Amor oblativo - é o dom da vocação para viver o carisma da oblação/entrega/doação por Amor, a exemplo de Cristo, na proposta dehoniana.

10) Solidariedade – é acudir às necessidades dos irmãos colocando-se por dentro da situação dele. Como fez Jesus encarnando-se como gente, para salvar a gente dentro de nossa humanidade.

11) Liderança – é liderar no serviço de fazer os liderados crescerem como pessoas. O líder exerce a liderança/autoridade no espírito do Lava-pés.

12) A evangélica opção preferencial pelos pobres – Bem vivida em nossos dias, é um sinal da presença do Reino (CNBB e RCC 51).

13) O martírio por causa do testemunho – Isto é, a pessoa que testemunha a caridade, a justiça, a fraternidade e a solidariedade será alvo de perseguição e até terá que dar a vida por suas atitudes e convicções.

14) A fidelidade à Igreja - A fidelidade aos princípios, aos valores e à doutrina da Igreja acarretam a difamação, o escárnio e as humilhações por manter a fidelidade ao “depósito da fé”.

15) Outros dons que a comunidade discernir para testemunhar hoje – Por exemplo: os direitos humanos, o respeito pela natureza, a eliminação da fome pela prática da justiça, a defesa e a promoção da vida em todos os seus estágios e em todos os seus aspectos, a liberdade religiosa e de sua manifestação pública, o ecumenismo e o diálogo interreligioso, etc..

Consideração final

Desde a Ressurreição de Jesus Cristo (Jo 20,19-22), o pecado foi vencido e nós vivemos “o tempo do Espírito Santo”! O Espírito Santo é o Amor. No tempo do Amor, não fale mais em pecado. Porque só o Amor dá sentido à vida.
São Paulo garante que somos “templos do Espírito Santo”, porque o Espírito habita em nós (cf. Ef 2,11-22; Rm 7,141-7; 1Cor 3,16; 2Cor 6,16-17; 5,8; Tg 4,5).
O dom do Amor do Espírito Santo nos é dado no Batismo e confirmado na Crisma. Dessa maneira, os batizados e crismados recebemos o Espírito inteiro, com todos os dons. Não há necessidade de pedir tais dons. O desafio é desenvolvermos os dons que já temos.
Dessa consideração, brotam duas atitudes indispensáveis. Uma é a alta consideração e o profundo respeito que devo ter a mim mesmo; a outra: a mesma consideração e o mesmo respeito eu devo ter para com todas as demais pessoas.


O Coração solidário de Jesus
- e o meu -

Quando falamos de “coração” de Jesus não nos referimos ao coração de carne e músculos como o nosso e o dele também. Para nós, o coração simboliza os sentimentos da pessoa. Como quando falamos “coração de ouro” ou “coração de pedra”.
Então, o “coração” de Jesus representa os bons sentimentos da pessoa de Jesus Cristo. Entre esses bons sentimentos, tenho para mim que um deles para o homem moderno seja a solidariedade.
Aí perguntamos o que é a solidariedade. Uma pessoa solidária é a que assume a situação do irmão(ã) para, então, poder ajudá-lo(a) de acordo com a necessidade do momento. Por exemplo, chorar com o que chora, sorrir com o que sorri, sofrer o que o outro sofre, alegar-me com o sucesso alcançado pelo outro e sentir com o fracasso. O importante é mergulhar no sentimento de alguém e ajudar a partir do outro(a) não a partir do que eu acho que deva ser minha ajuda. A necessidade do outro(a) vai indicar qual e de que tipo deverá ser a minha ajuda.
Jesus foi assim. O Evangelho está repleto de episódios em que ele se condoia ao dar ajuda às pessoas. O maior gesto da solidariedade de Jesus foi o de ele, para salvar a humanidade, querer fazer-se humano. Como se ele dissesse que, de fora, não teria todas as condições de entender a situação humana. Para nos compreender por dentro, ele se fez gente como nós em tudo, menos no pecado.
No modelo de Jesus, eu creio que nós dehonianos somos os indicados para tentar uma resposta solidária com a ansiedade do homem de nosso tempo. O homem desiludido com as promessas da tecnologia em ele acreditou como capazes de torná-lo feliz; decepcionado com a falta de respostas às suas perguntas angustiadas sobre a sua origem e seu destino... o homem busca inconsciente quem seja solidário com ele. E nós, dehonianos, gente entre nossa gente, temos o coração de que o homem precisa como um órfão em busca do pai.
Para cada qual de nós se apresentar solidário(a) com algum(a) amigo(a) é importante aproximar-se despojado(a) de suas certezas e “incorporar” o momento do outro(a). Como o Coração de Jesus fez conosco.

Pe. Augusto César Pereira SCJ
Dehoniano

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

ESCOLHA O LOGOTIPO DOS 20 ANOS DA MDJ


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