quarta-feira, 10 de junho de 2009


Caros jovens missionários (as) dehonianos, estamos vivendo um mês particularmente especial: é o mês do Coração de Jesus. No dia 19, celebraremos a grande solenidade do nosso patrono. Por isso, desejamos a você um mês de muita paz e alegria. Está se aproximando o Encontro Regional, por isso, corram e façam suas inscrições no site da missão. Temos apenas 90 vagas. Já deve ser sabido por todos que estamos fazendo uma rifa, a fim de arrecadarmos fundos para o custeio da missão. Portanto, se você ainda não recebeu nenhum talão de rifa entre em contato com seu coordenador ou membro da coordenação geral responsável pelo seu setor. Precisamos muito do apoio de todos. Ainda temos mais 7500 números para vender. Por favor, nos ajudem. Nós da coordenação geral enviamos a cada qual o nosso abraço fraterno. Paz inquieta!

O Coração solidário de Jesus - e o meu


Quando falamos de “coração” de Jesus não nos referimos ao coração de carne e músculos como o nosso e o dele também. Para nós, o coração simboliza os sentimentos da pessoa. Como quando falamos “coração de ouro” ou “coração de pedra”.
Então, o “coração” de Jesus representa os bons sentimentos da pessoa de Jesus Cristo. Entre esses bons sentimentos, tenho para mim que um deles para o homem moderno seja a solidariedade.
Aí perguntamos o que é a solidariedade. Uma pessoa solidária é a que assume a situação do irmão(ã) para, então, poder ajudá-lo(a) de acordo com a necessidade do momento. Por exemplo, chorar com o que chora, sorrir com o que sorri, sofrer o que o outro sofre, alegar-me com o sucesso alcançado pelo outro e sentir com o fracasso. O importante é mergulhar no sentimento de alguém e ajudar a partir do outro(a) não a partir do que eu acho que deva ser minha ajuda. A necessidade do outro(a) vai indicar qual e de que tipo deverá ser a minha ajuda.
Jesus foi assim. O Evangelho está repleto de episódios em que ele se condoia ao dar ajuda às pessoas. O maior gesto da solidariedade de Jesus foi o de ele, para salvar a humanidade, querer fazer-se humano. Como se ele dissesse que, de fora, não teria todas as condições de entender a situação humana. Para nos compreender por dentro, ele se fez gente como nós em tudo, menos no pecado.
No modelo de Jesus, eu creio que nós dehonianos somos os indicados para tentar uma resposta solidária com a ansiedade do homem de nosso tempo. O homem desiludido com as promessas da tecnologia em ele acreditou como capazes de torná-lo feliz; decepcionado com a falta de respostas às suas perguntas angustiadas sobre a sua origem e seu destino... o homem busca inconsciente quem seja solidário com ele. E nós, dehonianos, gente entre nossa gente, temos o coração de que o homem precisa como um órfão em busca do pai.
Para cada qual de nós se apresentar solidário(a) com algum(a) amigo(a) é importante aproximar-se despojado(a) de suas certezas e “incorporar” o momento do outro(a). Como o Coração de Jesus fez conosco.



Pe. Augusto César Pereira SCJ
Dehoniano

Pentecostes e Ano Paulino


Queridos/as missionários/as!
A pouco celebramos Pentecostes! Invocamos sobre cada um de nós os dons do Espírito Santo para redescobrir a beleza e a alegria de sermos discípulos missionários de Jesus. De fato, seguir Jesus, sob a luz do Espírito Santo e o Amor do Pai, é bom e nos faz ser feliz. Nossa experiência de Deus deve saciar nossa vida juvenil com a alegria que não passa.
A experiência que fazemos de Deus nos faz sentir que somos enviados à missão com novo ardor e entusiasmo. Isso porque “não temos outra felicidade nem outra prioridade senão a de sermos instrumentos do Espírito de Deus na Igreja, para que Jesus Cristo seja encontrado, seguido, amado, adorado, anunciado e comunicado a todos” (DAp 14). O Espírito Santo nos envia para comunicar a mensagem de vida, que gera alegria e esperança.
Quem fez esta experiência no início do cristianismo, dentre tantos, foi São Paulo. Aliás, neste mês a Igreja conclui a celebração do Ano Paulino, recordando os 2000 anos do seu nascimento. Olhando para a vida e a missão de São Paulo percebemos que, guiado pelo Espírito Santo, ele fez uma experiência profunda do Ressuscitado e difundiu a mensagem o Evangelho por todas as partes.
São Paulo é uma grande testemunha de alguém que se deixou levar pelo Espírito de Deus. Primeiro, fez uma profunda experiência de fé e conversão (cf. At 9), abrindo-se à Graça. Depois, disponibilizou sua vida para o serviço do Reino de Deus. De perseguidor tornou-se pregador e, portanto, um verdadeiro discípulo missionário do Ressuscitado. Hoje, o Espírito Santo continua sendo o Mestre que “conduz ao conhecimento da verdade total, formando discípulos e missionários. Essa é a razão pela qual os seguidores de Jesus devem deixar-se guiar constantemente pelo Espírito (cf. Gl 5,25), e tornar a paixão pelo Pai e pelo Reino sua própria paixão” (DAp 152).
Assim, inspirados pelo testemunho de Paulo, somos também chamados a fazer uma profunda experiência de fé e conversão para, depois, colocarmos nossa vida ao serviço de Deus, como testemunhas! Como Deus realizou maravilhas na vida de Paulo, também há de realizar maravilhas em nós.
No momento da conversão de Paulo, o Senhor disse a Ananias “... este homem (Paulo) é para mim um instrumento especial para levar o meu nome diante das nações pagãs...” (At 9,15). Também você, caro/a missionário/a, é um instrumento especial de Deus para levar a mensagem de fé e vida por meio da Missão Dehoniana Juvenil. Você foi escolhido por Deus, formado por Jesus e enviado pelo Espírito Santo!
Desejo que neste tempo de preparação você tenha o coração sensível e aberto ao Espírito Santo que envia à missão, redescobrindo a cada dia a beleza e a alegria que é seguir Jesus Cristo e anunciar o amor do Pai.

Fr. Diomar Romaniv, scj.

3. Do Coração de Cristo, aberto na cruz, nasce um homem de coração novo


Estamos no mês de junho! Mês em que a Igreja tradicionalmente celebrar com maior afinco a veneração ao Coração de Jesus. Um dos textos mais estudados e rezados por tantos devotos é Jo19,31-37. Os símbolos evidenciados nesse pequeno trecho são próprios do evangelho de João e querem representar o que a comunidade vivia. Vamos a eles, em pormenores.
Quebrar as pernas do condenado era um costume típico dos romanos para acelerar a morte. Ao quebrar as pernas, o condenado não podia mais fazer o movimento de “subida”, pregado na cruz, para respirar. Assim, ele morria asfixiado. Mas não quebrar as pernas de Jesus é um esforço em enquadrar a tradição profética ao messias que seria morto e nenhum de seus ossos seriam quebrados (veja Ex 12,46 e Sl 34,21). Jesus, entendido como o Cordeiro imolado, deveria ser sem defeitos, como reza a tradição judaica.
Ferir o lado. Segundo Dt 21,23, todo condenado não deveria ficar pendurado à noite. Perfurar o lado é uma garantia para a morte. Mas, é claro, a comunidade joanina escreve sobre esse gesto com um simbolismo extremamente especial: é do coração aberto de Jesus que jorram sangue e água, ou seja, vida e salvação. O sangue é sinal de vida, como em Lv 1,5 e Ex 24,8, e testemunha a realidade do sacrifício do cordeiro: o sangue, pois, é sede da vida (Lv 17,11 e Dt 12,23). Posteriormente, os padres dos primeiros séculos entenderam esse gesto como simbolismos para o sacramento da eucaristia e do batismo. O que é provavelmente certo, a comunidade joanina entendeu que de Jesus nascia uma nova vida, brotada do coração de Jesus, fonte de amor.
Ao citar trechos do Antigo Testamento, a comunidade joanina quer reforçar a ideia de Jesus como o Cordeiro da nova páscoa. Jesus, segundo a tradição da comunidade de João, morreu no momento em que no Templo se imolavam os cordeiros para a páscoa dos judeus. Para a comunidade, o verdadeiro cordeiro pascal é Jesus. A segunda citação vem de Zc 12,10 que apresenta um crucificado como centro dos olhares para a conversão.
Por fim, é preciso olhar a tradição joanina dentro de todo o contexto: o evangelho apresenta, até o capítulo 12, sete sinais que pretendem provocar uma adesão ao ensinamento de Jesus. Posteriormente, no capítulo 19, o Grande Sinal é a própria morte na cruz, na qual o Filho é glorificado. É uma grande catequese joanina que mostra o amor como centralidade de tudo. Esse Grande Sinal, como mencionado, é apresentado com um coração aberto no qual jorra sangue e água. O sangue, como sabido, representa a vida, e separado do corpo, a morte, o que pode representar que a vida não deve ser para si, mas para os outros. A morte de Jesus, portanto, é doação. O discípulo amado que vê, crê e testemunha, nada mais é do que a comunidade fiel que segue o Cristo. Em momento algum do evangelho se diz que era João. A tradição, posteriormente, atribui a João, mas é bem compreendido que o “discípulo amado” são todas as pessoas que amam a Cristo e revelam esse amor no seio da comunidade de irmãos.
Pe. Dehon compreende e vive a experiência de fé da comunidade joanina e atualiza o texto: “Do Coração de Cristo nasce um homem de coração novo”: homens e mulheres que, ao contemplar o coração aberto, aceitam a missão de testemunhar esse Amor a todas as pessoas.


Fr. Ronaldo Neri,scj

REPARAR É AMAR

O olhar de Pe. Dehon sobre a realidade de seu tempo o fez perceber que os males que afligiam e feriam a sociedade e, consequentemente, a Igreja eram causados pelo pecado: recusa do amor de Cristo. A partir dessa ótica, Pe. Dehon decide ser uma resposta ao amor recusado, tornando o lema Ir ao Povo o ideal inspirador de sua vocação, empenhou-se na obra reparadora do Sagrado Coração de Jesus em favor do ser humano.
O estilo de vida de Pe. Dehon consiste, portanto, na reparação, isto é, no reconhecimento e no acolhimento do amor de Cristo e quer restabelecer a imagem de Deus no coração humano e na sociedade, num movimento de solidariedade, libertação e promoção do ser humano. Reparar é restaurar, reconciliar, quebrar estruturas que oprimem a vida, é acender a luz da esperança que ilumina e promove a integralidade das pessoas. Uma vida reparadora só é possível pela união ao Coração de Jesus, na intimidade e no seguimento do Mestre que vai se revelando também no caminho da missão e tornando conhecido o seu projeto de amor a todos que lhe buscam.
A proposta de Pe. Dehon é um verdadeiro serviço de caridade que busca acolher os mais pobres, os necessitados de pão, o pão da partilha e do amor; que visa incluir os excluídos, devolvendo-lhes a dignidade e o respeito de ser humano. Essa proposta é convocação a todos os missionários dehonianos, que a exemplo de Pe. Dehon querem abraçá-la porque se sentem chamados e chamadas a reparar os males da sociedade de hoje: o abandono, a exclusão social, o desemprego, a marginalidade, a corrupção, a violência, a fragmentação da vida em seus diversos aspectos, a fim de incutir nesta sociedade um coração novo, restaurado pelo amor de Cristo. Assim, ser missionário é ter esta identidade acolhedora, é ser disponível para uma vida de amor e reparação, afinal fazer reparação é amar e só nesta convicção será possível construir a civilização do amor.
Fr. João Paulo Tabarelli Moreira,scj